segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O teatro-dança de Evandro

Era 1966, na cidade de Diamantina, quando um pedreiro e uma doméstica viram nascer o sétimo dos 11 filhos, mal podiam imaginar o que o futuro reservava ao bebê Evandro. Quarenta e cinco anos depois, ele acaba de ser convocado para integrar o Comitê Internacional de Dança da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Motivo: a relevância de seu trabalho, por usar a dança como ferramenta de inclusão social.“Meu papel é trabalhar a dança de matriz africana e o corpo negro, fazendo interlocução com as pessoas no mundo inteiro. Ou seja, falar um pouco dessa formação na educação de jovens da periferia”, define Evandro.Quando chegou a BH com a família, em 1982, Evandro começou a dançar. A primeira trupe profissional que integrou foi o Grupo Folclórico Aruanda, que completa cinco décadas este ano. Paralelamente, atuava em companhias teatrais amadoras. Em 1987, ele participava da primeira turma do curso de atores do Centro de Formação Artística (Cefar), que funciona no Palácio das Artes.Evandro se tornou professor e coreógrafo. Decidiu investir seu conhecimento em projetos sociais. “Passei a ensinar dança e teatro em projetos sociais. Sempre trabalhava as coisas interligadas. Meus projetos levam o nome de dança-teatro ou teatro-dança”, explica.
À parte o trabalho coletivo, Evandro mantém carreira como ator. Acaba de gravar participação em episódio da nova temporada da série Força tarefa, exibida pela Rede Globo. “Inicialmente, é só um episódio, mas o personagem pode voltar. É muito interessante, tem a ver com o que trabalho. Interpretei um morador de favela que reivindica seus direitos”, informa.
No cinema, Evandro trabalhou nos longas-metragens Uma onda no ar e Minha vida de menina. Na TV, fez pequena participação na novela Desejo proibido, da TV Globo. O projeto dele é trabalhar no Rio de Janeiro e em São Paulo, investindo na carreira de ator. Mas isso sem deixar o estado natal, pois mantém aqui a Associação Sociocultural Bataka. “Minas me deu régua e compasso”, garante ele...
Autoria: Maria Júlia Luiz 

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