domingo, 18 de setembro de 2011

Caridade ou Interesse?

Neste dia 15 de setembro de 2011, o atual primeiro ministro da Inglaterra, David Cameron, juntamente com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, selaram o compromisso de continuar apoiando a extrema autoridade rebelde Líbia. Após a primeira visita ao país – com máxima segurança e euforia – os líderes receberam altos elogios da CNT líbia (Conselho Nacional de Transição), pelo envolvimento no conflito armado.
Segundo o presidente da CNT e o Presidente líbio rebelde – Mustafá Abdel Jalil e Mahmoud Jibril, respectivamente – a ajuda francesa e inglesa foram unicamente por razões humanitárias. O que foi confirmado por Cameron e Sarkozy, que negaram a existência de um possível acordo, em que os dois países dominariam e explorariam 35% do petróleo líbio.
No entanto, fazendo uma retrospectiva histórica é possível afirmar justamente o contrário: ambos estão interessados no “ouro negro” existente na região.  Essa Guerra Civil ultrapassa os objetivos humanitários a serem alcançados pelos revoltosos e se estendem até os interesses políticos e econômicos internacionais que tendem contra o ditador Kadhafi, que por sua vez continua resistindo à revolução.
Não somente a França e Inglaterra, mas os Estados Unidos e a Itália também estão na lista de aliados, todavia, estes esperaram até o último segundo para agir contra as forças armadas do ditador que já haviam reconquistado grande parte das cidades líbias. Aguardaram a destruição do país e de seus cidadãos – que, aliás, lutam apenas por democracia e liberdade- para se posicionarem e ajudarem no contra-ataque. Isso é facilmente explicado: é mais fácil dominar e explorar um país devastado pela guerra.
 Então, onde está a caridade, se é explicito o fato de que os “aliados” ganharam muito mais do que doaram? Não há uma mútua ajuda justa nesse caso, igualando-se a todos os outros. Se esta guerra civil ocorresse em qualquer outro país, onde não houvesse riquezas a serem aproveitadas, será que esses mesmos países se disponibilizariam, em prol dos direitos humanos?
Existem muitos povos no globo sofrendo tanto quanto o povo líbio, e mesmo assim, os países desenvolvidos não movem uma palha para ajudar. Como exemplo, muitos povos africanos que sofrem inúmeros conflitos internos causados pelas próprias superpotências que colonizaram e fizeram da África o seu quintal de magnificências, mas com o esgotamento das mesmas, deixou-a de lado como se fosse um brinquedo que acabou a pilha.  

O mundo é movido pela cobiça e pelo interesse - o sistema faz isso movido pelo dinheiro - assim são feitos as associações, assim são desencadeadas os conflitos e infelizmente ele continuará assim através dos tempos, até que se pare de se importar com o dinheiro e passe a importar com o ser humano, pois o que Cameron e Sarkozy, assim como outros aliados, não veem, é que a Líbia não é feita de petróleo, e sim de seres humanos que apenas querem lutar pelo direito de abrir a própria boca.
Autoria: Giovanna Ségia, Guilherme Alari e Isabella Mello.

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