domingo, 18 de setembro de 2011

Biólogos criam os primeiros cromossomos sintéticos

Cientistas americanos anunciaram no dia 15/09/2011 que criaram os primeiros cromossomos parcialmente sintéticos. O feito visa utilizar os micro-organismos especialmente projetados para produzir biocombustível abundante e barato, fabricar plástico sem usar o petróleo como matéria-prima ou criar micróbios devoradores de poluição, entre outras possibilidades que ainda soam como ficção científica. A viabilidade dessas e outras ideias de utilização dos cromossomos cresce devido a pesquisas que apontam o micróbio sintético como um velho conhecido da humanidade,utilizado como fermento biológico para pães ou para produzir vinho e cerveja.Leveduras como ele também são utilizados na produção de etanol,fermentando o caldo da cana,com isso cai a produtividade da usina. São "selvagens engarrafados", afirma Gonçalo Guimarães Pereira, que estuda organismos sintéticos na Unicamp. Segundo ele, é comum que, em plena safra de cana, as leveduras parem de realizar sua função quando estão sob estresse ou contaminadas. Com isso, a produtividade da usina acaba caindo. Se fosse possível a fabricar organismos inteiros como esses,acabaríamos com o problema do funcionamento das leveduras,aumentando a produtividade das usinas.O que a levedura Saccharomyces cerevisiae já fez pela humanidade:
-É usada como fermento biológico para pães.
-Também ajuda a fermentar bebidas alcoólicas como o vinho e a cerveja.
-Produz gás carbônico para plantas de aquário fazerem fotossíntese.
-Seu DNA relativamente simples facilita o estudo de características genéticas.
Possíveis aplicações dos cromossomos:
Medicina
-Grandes quantidades de genes faltantes, ou com problemas, poderiam ser inseridos no DNA de um doente, enfrentando sua enfermidade.
Energia
-Micróbios usados para produzir etanol ou outros biocombustíveis ficariam mais eficientes, barateando combustíveis limpos.
Indústria
-Do mesmo modo, células poderiam virar biofábricas eficientes e pouco custosas de plásticos, dispensando o petróleo como matéria prima.
Ambiente
-Seria possível aproveitar a tendência de certos organismos para devorar poluentes e usá-los em larga escala para limpar derrames de petróleo ou acidentes nucleares.
Existem outros micróbios capazes de produzir substancias similares ao plástico ou moléculas com potencial farmacêutico, mas falham, pois fazem isso em pequena escala, pois seu organismo tem outras necessidades, ditada pelo meio ambiente.
Um cromossomo artificial com os genes responsáveis por essas características vantajosas, inserido em uma levedura industrial, tem potencial para revolucionar a produção de matéria prima. Essa é a meta dos criadores dos cromossomos sintéticos, cuja existência foi revelada na edição eletrônica da revista científica "Nature".

Jef Boeke e seus colegas da Universidade Johns Hopkins querem criar uma levedura 2.0, com genoma totalmente sintético. Ainda estão longe de fazer isso: criaram artificialmente apenas pedaços de dois dos 16 cromossomos que o micro-organismo possui.


Autoria: Alexandre Olivato

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